Limitar o aumento da temperatura da Terra a 1,5°C exige a descarbonização das principais economias do planeta, e o Brasil é uma delas. Essa transição para um modelo econômico mais limpo e sustentável, pode também ajudar a construir um Brasil mais competitivo, eficiente, resiliente e menos desigual. Principalmente em um cenário de retomada econômica. Este entendimento sobre os desafios e oportunidades criados pelas mudanças climáticas é cada vez maior entre as lideranças dos setores público e privado, mas é importante ampliá-lo.

Em 2019, o WRI Brasil construiu a iniciativa Nova Economia do Brasil em parceria com economistas e especialistas de diversas instituições – como Coppe-UFRJ, CPI, Ipea, Febraban, PUC-Rio, CEBDS e iniciativa New Climate Economy – para se debruçar sobre as perguntas: o Brasil deveria priorizar a transição para uma economia de baixo carbono na próxima década? Como fazer isso? Economia de baixo carbono significa a adoção de tecnologias e infraestruturas que emitem menos gases de efeito estufa, são menos poluentes, mais modernas e resilientes a eventos extremos. A palavra transição não é alegórica: significa partir para um novo modelo econômico mais sustentável, evitando gerar impactos negativos sociais, ambientais ou econômicos no processo.

O estudo “Uma Nova Economia para uma Nova Era: Elementos para a construção de uma economia mais eficiente e resiliente para o Brasil” contribuiu para mostrar como o Brasil tem muito a ganhar e praticamente nada a perder adotando o crescimento verde e de baixo carbono como rota de saída da recessão econômica agravada pela crise da Covid-19.

Em 2023, com o país estabelecendo a meta de neutralidade climática determinada para 2050, o WRI Brasil desenvolve uma nova fase da Nova Economia para o Brasil, com foco na transição econômica de longo prazo. As metas quinquenais de redução de emissões de gases de efeito estufa e de promoção da resiliência das Contribuições Nacionais Determinadas (NDC) deverão ser progressivamente mais ambiciosas e de forma a reduzir significativamente as emissões dos setores florestal, agrícola e energia, ao mesmo tempo em que se promove as atividades econômicas de captura e estocagem e carbono. E, novamente, como fazer isto? 

A iniciativa Nova Economia para o Brasil produz estudos com rigorosas análises e modelagens econômicas para mostrar como é possível colocar o Brasil na trajetória de crescimento deste século, que leva em consideração a redução de gases de efeito estufa e desigualdades sociais históricas. Ao reunir evidências robustas em âmbito nacional e regional, a iniciativa busca apoiar os tomadores de decisão a escolher os melhores caminhos para colocar o Brasil nos trilhos de uma economia mais limpa, competitiva, justa e resiliente.


(foto: Joa Souza/Shutterstock)