Sharm El Sheik, 16 de novembro de 2022 – O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva dirigiu-se aos delegados da Conferência do Clima da ONU e anunciou que o Brasil está de volta como líder climático global. Lula destacou a urgência da crise climática e posicionou o combate ao aquecimento global como indissociável do combate à pobreza e à fome. Para que a transição para uma economia verde seja justa, Lula destacou que ela deve beneficiar os mais afetados.

Leia o posicionamento de Carolina Genin, diretora de Clima do WRI Brasil: 

“Na COP27, o presidente eleito Luiz Inacio Lula da Silva fez um discurso de quem quer o Brasil de volta como uma liderança global pelo clima. Lula demonstrou compreender a urgência da crise climática e acertou ao defender que a luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e a fome. Para que a transição para uma economia verde seja justa ela precisa beneficiar os mais afetados, seja na floresta ou nos centros urbanos".   

"O incentivo à bioeconomia e o compromisso de que não medirá esforços para zerar o desmatamento e a degradação de todos os biomas até 2030, destacados por Lula na COP27, são cruciais e urgentes para evitar que a Amazônia atinja um ponto de degradação sem retorno".  

"A bioeconomia deve ser considerada como um caminho para valorizar e fomentar os ativos da biodiversidade na Amazônia e gerar renda para seu povo, ao mesmo tempo em que valoriza o conhecimento indígena e das populações tradicionais".  

"Não há necessidade de desmatar para expandir a produção agropecuária no Brasil. Considerando que o próprio presidente eleito reconheceu a existência de pelo menos 30 milhões de hectares de terras degradadas no país, é possível manter ou potencialmente duplicar a produção sem derrubar uma única árvore na Amazônia. Somado à meta de restauração de 12 milhões de hectares de vegetação nativa, esse ciclo virtuoso poderia tornar o Brasil um dos primeiros países a zerar as emissões líquidas, gerando muitos empregos e oportunidades".   

"O desmatamento no Brasil registrou novos recordes nos últimos quatro anos, um marco perturbador e com conseqüências devastadoras para toda a vida na Terra. É hora de reverter o rumo e restabelecer as políticas ambientais e a aplicação da lei para proteger a Floresta Amazônica. Não existe um mundo de 1,5°C se a Amazônia continuar desaparecendo".