Comunidade de Teresina apresenta projeto de espaço comunitário sustentável
Em Teresina, uma comunidade ganha força pela união. O residencial Edgar Gayoso, um conjunto habitacional a cerca de 17 km do centro da capital do Piauí, tem uma paisagem marcada por muros – que na intenção de proteger as casas construídas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, em 2015, também aumentam as distâncias entre os moradores. A formação da Aliança pelo Residencial Edgar Gayoso e o mutirão que deu vida à Praça dos Sonhos, o único espaço público para cerca de 400 famílias que moram no local, marcam também o potencial de transformação quando uma comunidade está engajada.
Ali, na pequena praça construída a muitas mãos, surge um ponto de encontro de onde nascem não apenas sonhos, mas também ações para melhorar a qualidade de vida de uma comunidade segregada das oportunidades urbanas, com acesso precário a transporte, espaços de lazer e serviços de saúde. Nesse mesmo espaço, no início de agosto, foi apresentado o mais recente projeto coletivo da Aliança: um grande espaço comunitário, capaz de transformar completamente não apenas o Edgar Gayoso, mas também outras comunidades ao redor.
Após um longo processo de escuta e construção coletiva entre moradores, técnicos e especialistas, o WRI Brasil, em parceria com a plataforma Cidade Floresta e o grupo de extensão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Piauí, compartilhou com a aliança o projeto de um espaço comunitário com estruturas para trabalhar, trocar, aprender, comer e se divertir – coisas que fazem muita falta no extremo norte de Teresina.
Previsto para ser realizado em um terreno cedido pela prefeitura da cidade, o espaço foi pensado para impulsionar geração de renda, qualificação profissional e educacional, além de oferecer um local de convívio, esporte e lazer em um equipamento público de alta qualidade e inexistente naquela região da cidade.
O projeto une espaços de trabalho, como cozinhas profissionais, lojas e espaço para feiras, salas para confecção de artesanato, costura, marcenaria e outras atividades. Permeado por diversas soluções inovadoras baseadas na natureza para a captação de água, com área para produção de alimentos, compostagem e reciclagem, o projeto inclui um grande foco em gerar espaços verdes onde hoje não há.
Prefeitura de Teresina analisa a proposta
Em 10 de agosto, a equipe do WRI Brasil e da plataforma Cidade Floresta, assim como membros da Aliança Pelo Residencial Edgar Gayoso estiveram na prefeitura de Teresina para apresentar o projeto ao prefeito Dr. Pessoa e um grupo de secretários municipais.
Foi um encontro importante para dialogar sobre o projeto e os recursos para financiar a construção e o funcionamento. A proposta é que o espaço seja gerido pela Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), da mesma forma como os 21 Centros de Convivência que já existem na cidade.