GHG Protocol é um pacote de padrões, orientações, ferramentas e treinamentos para que empresas e governos mensurem e gerenciem as emissões antropogênicas responsáveis pelo aquecimento global. Criado por uma parceria entre o World Resource Institute (WRI) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), o GHG Protocol abrange padrões de contabilização de emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE) para cidades, setor corporativo, cadeia de valor, agropecuária, ciclo de vida do produto, entre outros. Os protocolos são, em sua maioria, desenvolvidos de forma abrangente e adaptados em diversos países para melhor atender a cada realidade.

Ao estabelecer um modelo padronizado globalmente, o GHG Protocol permite que atores públicos e privados mensurem e reportem de maneira confiável o impacto climático de suas atividades em termos de emissão de GEE, possibilitando o planejamento de ações de mitigação.

GHG Protocol Florestas e Sistemas Agroflorestais

O Brasil tem uma grande oportunidade de reduzir emissões de gases de efeito estufa, fazendo uma transição para uma economia de baixo carbono. O setor florestal pode se beneficiar dessa transição. A Ferramenta de Cálculo para Balanço de Emissões de Gases de Efeito Estufa em Florestas e Sistemas Agroflorestais no Brasil (GHG Protocol Florestas e SAFs) auxilia produtores e empresas a estimarem as emissões e remoções de GEE de suas atividades produtivas e melhorar a gestão e eficiência de seus negócios, podendo inclusive aumentar sua produtividade e reduzir seus impactos ambientais.

Desenvolvido para a realidade do Brasil, o GHG Protocol Florestas e SAFs contém fatores de emissão adequados ao cenário do país e foi baseado em publicações e estudos brasileiros. A ferramenta é organizada por tipos florestais, incorporando plantações homogêneas de eucalipto, pinus e paricá, plantações heterogêneas (plantio multidiverso de espécies tropicais nativas e exóticas para uso madeireiro) e sistemas agroflorestais (SAFs) com 307 espécies.

A restauração de paisagens e florestas é um caminho para recuperar áreas degradadas, tornando-as produtivas e geradoras de serviços ambientais através da recuperação de suas funções ecológicas, resultando em benefícios ambientais, sociais e econômicos. A ferramenta ajuda a compreender e corroborar quais práticas de baixo carbono são aliadas do setor e podem colaborar para atrair investimentos e ampliar o mercado consumidor, validando práticas sustentáveis já aplicadas ou provocando a adoção de novas práticas para reduzir e/ou remover gases de efeito estufa.

GHG Protocol Agropecuário

A ferramenta GHG Protocol Agropecuário (acesse a Ferramenta de Cálculo Brasil e a Metodologia) permite aos produtores, assim como às empresas das cadeias de valor da agricultura, pecuária, silvicultura, entre outras, incluir o reporte e a mitigação de emissões de GEE em suas estratégias de produção e planejamento anual. Especificamente, permite que as empresas identifiquem oportunidades de redução de emissões de GEE, rastreiem o progresso em direção a metas de redução, comuniquem os resultados aos investidores e aos consumidores finais, e respondam às demandas nacionais e internacionais por produtos menos intensivos em carbono.

Seu principal objetivo é apoiar o setor para aumentar a produtividade a partir de técnicas de baixo carbono, o que poderia reduzir as taxas de desmatamento — e, consequentemente, as emissões de gases do efeito estufa — pela contabilização das emissões e implementação das políticas relacionadas ao Plano ABC. Mais especificamente, objetiva engajar e capacitar as empresas agroindustriais e sua cadeia de fornecimento no uso da contabilidade e redução de emissões de GEE e promover o debate sobre Mensuração, Relato e Verificação (MRV) no setor agrícola entre a sociedade civil, o governo e o setor privado.

Outras Ferramentas

O GHG Protocol compreende uma série de orientações para a estimativa de emissões de GEE em uma série de países e setores. Outras especificações e ferramentas podem ser acessadas também na página do GHG Protocol. No Brasil, a adaptação do método corporativo para o contexto nacional é realizado através do Programa Brasileiro GHG Protocol, desenvolvido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces) da Fundação Getúlio Vargas e pelo WRI, em parceria com Ministério do Meio Ambiente, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável(CEBDS), World Business Council for Sustainable Development(WBSCD) e 27 Empresas Fundadoras.


(foto: Luciana Marques/Shutterstock)