OPINIÃO: Líderes do G20 reafirmam urgência em combater a mudança do clima
WASHINGTON (8 de julho de 2017) — Na cúpula do G20 em Hamburgo, na Alemanha, os líderes das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia concordaram com o comunicado oficial após o encontro, exceto o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e assinaram o Plano de Ação para o Crescimento sobre Clima e Energia, demonstrando compromisso com o Acordo de Paris e a mudança do clima. O comunicado do G20 também reafirmou que é possível conter as emissões de carbono e, ao mesmo tempo, manter o crescimento econômico e reforçar a segurança energética.
Veja a opinião de Andrew Steer, presidente e CEO do World Resources Institute (WRI):
"No final, foi uma vitória esmagadora dos países que expressam o apoio à ação climática global. A chanceler alemã Angela Merkel demonstrou liderança e habilidade para engajar 19 das maiores economias do mundo mais a União Europeia na entrega de uma mensagem inequívoca sobre a ação climática. Esses líderes entendem que mudar para um futuro de baixas emissões de carbono pode impulsionar o crescimento econômico a longo prazo, incluindo mais de US$ 23 trilhões em oportunidades de investimento apenas nas economias emergentes.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuou a isolar-se ao não assinar o Plano de Ação para o Crescimento sobre Clima e Energia, mostrando o quão grande é a falta de tato do governo americano nessa questão. Um crescente número de pesquisas do WRI e da Comissão Global sobre Economia e Clima mostram que uma política climática inteligente promove maior eficiência, criação de empregos, novas tecnologias e uma melhor qualidade de vida, contrariando os pontos de vista do presidente Trump.
Repetidas vezes, líderes mundiais afirmaram que o Acordo de Paris estabelece as bases para um caminho mais seguro e próspero. Ao aceitar o comunicado do G20 e o Plano de Ação, esses líderes globais sinalizaram o compromisso inconfundível com um futuro mais promissor. Enquanto os Estados Unidos se esforçaram para enfraquecer o comunicado, os alemães, os europeus e muitos outros permanecem firmes para manter o texto vinculado à realidade. Os Estados Unidos trabalharam em uma referência para o uso de combustíveis fósseis, questionando a urgência para enfrentar a mudança do clima, mas nenhum outro país abraçou a proposta americana.
Exemplos positivos da trajetória rumo a um futuro de baixo carbono são abundantes no mundo. A Índia implementou com sucesso 5,5 gigawatts de capacidade eólica em 2017, superando a meta anual de 4 gigawatts. Recentemente, a China também dobrou seu compromisso com as energias renováveis ao anunciar um investimento de US$ 360 bilhões em energia limpa até 2020, que gerará 13 milhões de empregos. Países como França e Noruega estão se preparando para um mundo sem veículos dependentes do petróleo. As empresas e os investidores estão intensificando o apoio à rápida implementação do Acordo de Paris e reconhecendo os riscos de não agir.
O caminho rumo à energia limpa está sendo difundido em alto e bom som. A questão continua sendo a rapidez com que o mundo avançará e o quão para trás a administração de Trump deixará os Estados Unidos".