Um tipo diferente de urbanização tem ocorrido nos países em desenvolvimento. Abordagens tradicionais não dão conta do rápido e desordenado crescimento das cidades, deixando grandes grupos de moradores vivendo em assentamentos informais e trabalhando na economia informal.

Este relatório-síntese da série Rumo a uma Cidade Equitativa propõe uma nova forma de pensar o desenvolvimento urbano, em que as métricas para uma cidade funcional e próspera são definidas pela qualidade, confiabilidade e acessibilidade dos serviços essenciais.

O relatório é o resultado de mais de seis anos de pesquisa e mais de 160 autores e revisores. Ele atua como um roteiro sobre como romper os silos setoriais e o status quo para tornar as cidades mais equitativas, o que, por sua vez, criará prosperidade, reduzirá os danos ambientais e melhorará os meios de subsistência. O relatório documenta inovações transformadoras de várias cidades, revelando soluções reais e os resultados do investimento na prestação de serviços equitativos. Também oferece um caminho claro para a recuperação imediata e mais resiliência no futuro.

O desenvolvimento global e os desafios climáticos cada vez mais se tornam desafios urbanos. Essas descobertas podem ajudar cidades, países e a comunidade global a progredir em objetivos críticos, desde os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Nova Agenda Urbana da ONU Habitat até o Acordo de Paris e a recuperação da Covid-19.

DESTAQUES

  • Mais de 1,2 bilhão de habitantes das cidades – um em cada três globalmente e dois em cada três em países de baixa renda – estão desassistidos, sem acesso a um ou mais serviços urbanos básicos.
  • Algumas formas tradicionais de mensurar a pobreza já não se ajustam ao contexto urbano em mudança. Por exemplo, quase metade da população em 15 grandes cidades no Sul global não tem acesso a água encanada confiável, e 62% do esgoto e do lodo fecal são gerenciados de forma insegura.
  • Nos países de baixa renda, 42% da população urbana não tem acesso à eletricidade, com até 25 cortes de energia por mês em algumas cidades do sul da Ásia e todos os dias em algumas cidades africanas.
  • Pessoas de baixa renda dependem predominantemente de caminhadas, bicicleta e transporte público, mas mais de 95% do espaço rodoviário é normalmente alocado para carros e caminhões.
  • Dois bilhões de trabalhadores, 50% a 80% do emprego nas cidades do Sul global, operam na economia informal.
  • Prestadores de serviços informais e alternativos podem ajudar a atender às necessidades básicas e a parceria com eles para prestar serviços pode ser mais apropriada do que estender a infraestrutura municipal em alguns lugares.
  • Sete transformações urbanas são essenciais no projeto e implementação de infraestrutura, prestação de serviços, coleta de dados, trabalho, financiamento, gestão do uso do solo e governança.
  • Ações-chave de governos, empresas e sociedade civil podem levar a mudanças transformadoras. O relatório descreve o que funcionou em cidades de todo o mundo para reimaginar a prestação de serviços urbanos, incluir os excluídos e criar as condições propícias para a mudança.