Este artigo foi originalmente publicado no jornal Valor Econômico do dia 8 de outubro de 2018.


Para o país que tem a maior reserva de água doce do mundo, o Brasil vem sofrendo secas demais. Só nos últimos anos, enfrentamos uma seca severa em São Paulo e em outros Estados do Sudeste, decretamos racionamento de água em Brasília e observamos perplexos à maior sequência de anos de seca registrada em um Nordeste já castigado por estiagens.

Tentamos solucionar essas crises da forma mais tradicional possível: com campanhas para a população economizar água, rodízios, racionamentos e obras de infraestrutura "cinza" - construção de canais, transposições e reservatórios. Essas soluções podem ter funcionado no passado, mas num cenário de mudanças climáticas agravado, não serão mais suficientes. O Sistema Cantareira é uma prova disso: poucos anos depois da crise hídrica de São Paulo, seus reservatórios voltaram a sofrer e hoje estão com apenas um terço da sua capacidade. Precisamos ser mais criativos se quisermos evitar crises piores.

Não que a infraestrutura tradicional, construída, deva ser descartada. Mas, ao lado dessas grandes obras de concreto e aço, podemos pensar em outro tipo de infraestrutura "verde e natural": as florestas e a vegetação nativa que ajudam a reabastecer lençóis freáticos, controlam a erosão do solo, evitam enchentes e garantem mais qualidade à água que abastece nossas cidades. Trata-se da 'infraestrutura' que a natureza nos oferece e está presente nas margens dos rios e reservatórios e localizadas em pontos específicos de bacias hidrográficas.

Leia o artigo completo no site do jornal Valor Econômico.