Buenos Aires lança documento sobre futuro de políticas para a bicicleta
Presente, passado e futuro das políticas para a bicicleta em Buenos Aires são resumidos em uma novo documento da cidade. Elaborado com apoio do WRI Brasil e da Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global (BIGRS), o material resume os avanços da política para bicicletas da capital argentina de forma ilustrada e estabelece diretrizes para a ampliação da rede de ciclovias até 2030. Ele foi apresentado recentemente a lideranças de segurança viária nacionais e locais de cinco países latino-americanos.
O lançamento do documento, chamado “El futuro de las ciclovías en Buenos Aires”, ocorreu durante o Executive RSLC, curso de capacitação de líderes em segurança viária organizado pela Global Road Safety Partnership (GRSP) e pela Johns Hopkins International Injury Research Unit (JH-IIRU), e foi acompanhado de um tour guiado por diversas ciclovias da capital portenha. Do Brasil, estiveram presentes representantes da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e de órgãos de trânsito de Recife e Salvador. Também participaram equipes da Argentina, México, Equador e Colômbia.
Exemplo a seguir
Buenos Aires é um modelo a ser seguido em promoção da ciclomobilidade. A rede de ciclovias da capital argentina possui 304,7 km e foi desenvolvida do centro da cidade até a periferia. Nos últimos 10 anos, juntamente com a ampliação da rede, houve um aumento de 66% nas viagens diárias de bicicleta. Atualmente, essas viagens representam 4,5% da distribuição modal, o que faz de Buenos Aires uma das cidades latino-americanas com a maior participação da bicicleta na mobilidade.
O documento sinaliza a continuidade do compromisso da cidade em investir em mobilidade ativa e segura. Entre os pontos destacados no plano, está a expansão da rede para a área metropolitana, integrando um número maior de pessoas. Também são apresentadas as diferentes tipologias de ciclovias que a cidade já desenvolveu.
Desenho de ciclovias seguras
Buenos Aires propõe um novo tipo de intervenção, que consiste em transformar as vias residenciais em ruas com prioridade para ciclistas, que redistribuam o espaço público e o tornem mais atraente para todos. Para assegurar que a velocidade não ultrapasse os 30 km/h, são necessárias alterações no desenho da via, incluindo a utilização de chicanas e extensões de calçada nas interseções. Essas mudanças podem ser implementadas por meio de parklets, novas áreas verdes, estações de bicicletas compartilhadas ou paraciclos.
No painel, Adriana Jakovcevic e Bruno Batista, do WRI Brasil, falaram sobre o trabalho do instituto para apoiar políticas cicloviárias locais e nacionais, e Dino Buzzi, diretor de Planejamento da Mobilidade de Buenos Aires, apresentou a política de segurança viária da cidade e os planos futuros. Os participantes ainda realizaram uma visita técnica, conduzida por WRI Brasil, BIGRS e Prefeitura, para conhecer três das tipologias de ciclovias: ciclovia em rua de convivência, ciclovia de duas mãos e ciclovia unidirecional em avenidas. Para saber mais sobre as tipologias, acesse a publicação Princípios Para o Desenho de Ciclovias Seguras.